terça-feira, 16 de outubro de 2007

Jornais brasileiros e gratuidade na Web


Um artigo de Argemiro Ferreira, publicado no Observatório da Imprensa, critica o modelo de pagamento de assinatura adotado pela mídia brasileira para que seus leitores acessem o seu conteúdo publicado na internet. O autor aponta exemplos de grandes jornais, revistas e TVs do mundo - como New York Times, NBC, CNN, Washington Post, Newsweek - que disponibilizam seu conteúdo da web gratuitamente para os internautas. Esses jornais enxergaram uma possibilidade de faturar mais (através da publicidade pela internet) disponibilizando seus conteúdos digitais gratuitamente, do que mantendo o velho modelo de cobrança de assinatura.

Precisamos rever, urgentemente, esse modelo ultrapassado de cobrança de assinatura para os leitores praticado pela mídia brasileira. Não cobrar pelo acesso ao conteúdo da web para os internautas parece uma tendência. Esperamos que as empresas de comunicação do Brasil entrem na onda.

Abaixo trechos do artigo.

" Cobrança já ficou obsoleta

Dados recentes do IVC (Instituto Verificador de Circulaçăo) sugerem o contrário: cada um dos veículos brasileiros perde mensalmente, em média, um mínimo de 2% da circulaçăo. Isso explica ainda porque a influência deles sobre a opiniăo pública chegou ao fundo do poço - e na última eleiçăo o eleitorado ignorou a campanha da mídia e elegeu Lula de novo, com mais de 60% dos votos.

Se é assim, convenhamos, faria mais sentido abrir as portas dos "sites" na Internet aos interessados em ler o que publicam diariamente. Quem sabe isso até permitirá às grandes corporações de mídia suspender as ofertas de brindes - DVDs, ferro elétrico, secador de cabelo - aos que concordam em comprar jornal ou revista na banca.

É uma idéia construtiva, a năo ser para aqueles que năo acreditam no produto oferecido a cada dia na Internet. Basta observar o resultado da experiência do New York Times, que durante dois anos cobrou o acesso do leitor às suas principais colunas. Os colunistas odiaram, os leitores também. E o acesso voltou a ser livre no mês passado.

Ao explicar a decisăo, o Times disse que o Financial Times também desistiu da cobrança e agora o único dos grandes jornais dos EUA que ainda condiciona o acesso à assinatura paga é o Wall Street Journal. E há informações, acrescentou, de que Rupert Murdoch, o novo dono, estuda rever em breve essa prática."

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